Capitalismo, Angry Birds e multiplicação de riquezas


Demorou, mas saiu o meu artigo sobre multiplicação de riquezas, dando sequência ao artigo anterior sobre liberdade econômica

Você talvez já tenha jogado algum jogo da série "Angry Birds". Pra quem desconhece, trata-se de um jogo muito divertido e inteligente, com uma física determinista própria, onde o objetivo é eliminar os famigerados porquinhos ladrões de ovos. Modéstia à parte, jogo muito bem.

Eu não sei se a empresa finlandesa Rovio imaginava o tamanho do sucesso no ano de 2009 quando o jogo foi criado, o fato é que a Forbes avaliou a empresa em algo entre US$700milhões e US$1bilhão, porém um dos fundadores da empresa Peter Versterbacka diz que não vende por menos de US$20 bilhões, e acredito que consiga essa quantia.

A exemplo de Bill Gates que iniciou a Microsoft em uma garagem, a Rovio também começou pequena e hoje vale bilhões. Digo isso pra refutar o mito que pra criar ou multiplicar riquezas, outros precisem empobrecer, riquezas podem e devem ser criadas, por vezes a partir apenas de uma boa idéia, onde a internet é extremamente propícia a isso.

Pois bem, empregos foram gerados, famílias inteiras sustentadas, impostos recolhidos, pessoas se divertem jogando, sem ninguém empobrecer, ao contrário, o ciclo econômico retorna com mais força, mais gente trabalhando, mais dinheiro no mercado, maior crescimento econômico e mais credibilidade em atrair o capital estrangeiro. Quando a economia é saudável, funciona como um relógio.

Não obstante, levando o raciocínio a outra área, quando uma incorporadora compra um conjunto de casas e constrói um edifício, o valor do terreno somado ao valor da obra é inferior ao valor total do edifício, e novamente famílias foram sustentadas, impostos recolhidos, e claro, a incorporadora multiplicou suas riquezas sem necessariamente lesar alguém, todos podem e devem ganhar.

Porém, para que esse "milagre" aconteça é necessário um cenário propício, um alto grau de liberdade econômica, uma carga tributária coerente, pois do contrário isso afasta os empreendedores, que transferem suas empresas pra outros países, e com isso o dinheiro vai embora junto, empobrecendo o país, ou seja, o "relógio" se inverte.

Há um conceito em economia chamado "Curva de Laffer" que descreve isso, onde acima de certa porcentagem a arrecadação de impostos diminui ao invés de aumentar. Essa alta tributação é nociva para os empresários, para o consumidor, para a economia e para o próprio governo. Os governos altamente intervencionistas ignoram solenemente esse conceito, o resultado sempre é péssimo, motivo pelo qual considero nefastas essas ideologias pseudo-populistas.

Ninguém que eu conheço é contra pobre voando de avião como a extrema-esquerda discursa, o problema são partidos com ideologias nocivas e políticos oportunistas lesando o nosso país. Eu acho necessária uma esquerda moderada e que respeite o mercado, a política também necessita de oposição nos partidos.

Em suma, o problema nunca foi a desigualdade, mas sim a pobreza. Quer eliminar a pobreza? Multiplique as riquezas e o resto ocorrerá naturalmente.

Por Gustavo Reichenbach











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