Artigo por Antônio Spada
Não é difícil imaginar a cena: numa tarde chuvosa de domingo, em São Paulo, enquanto a maioria dos garotos ficava em casa diante da televisão ou ia ao cinema, um deles preferia se esbaldar ao volante de um kart e se encharcar volta após volta na pista de Interlagos. Naqueles dias, sob água e frio ele temperava o espírito para uma vida profissional que viria arrebanhar admiradores incondicionais em todo o mundo. Sim, aquele garoto franzino marcava, nas tomadas de curvas das voltas solitárias, o caminho que seguiria de forma inacreditável nos anos seguintes – transformando-se no piloto de Fórmula 1 mais habilitado a dirigir inclusive em condições extremas.
Claro que o personagem em questão é o lendário Ayrton Senna da Silva, ou Ayrton Senna do Brasil, conforme esgoelava o comentarista Galvão Bueno a cada vitória do ídolo brasileiro. Dentre os milhares de comentários que ouvi a seu respeito ao longo do tempo, muitos atribuíam as conquistas de Senna ao fator sorte. Sorte? Acreditavam mesmo que a imponderável sorte era a grande responsável pelas conquistas de Ayrton? Ora, façam-me o favor.
Proponho então mais o seguinte exercício de imaginação, baseado no fator sorte. Peguemos um piloto mediano da Stock Car, a categoria mais competitiva do Brasil na atualidade. Num lance sem precedentes, fabricando a tal sorte, conseguimos patrocínio e meios para que esse piloto chegue à Fórmula 1. E daí? Na melhor das possibilidades conseguirá andar no meio do pelotão, sem nunca levantar a arquibancada numa ultrapassagem tida como impossível inclusive para a esmagadora maioria dos competidores, como só o Ayrton era capaz de fazer.
Então, esqueçamos o fator sorte. O que Senna provou, ao longo de sua trajetória nas pistas e fora delas, é que as conquistas em nossas vidas só acontecem de maneira concreta quando forjadas na dedicação extrema, na perseverança, na determinação inabalável. Tudo isso conduzindo à fé inquebrantável de que esse é o caminho, esse é o seu talento único a ser colocado em prática para deixar sua marca neste mundo. Segundo o psicólogo indiano radicado nos EUA, Deepack Chopra, autor de “As 7 Leis Espirituais do Sucesso”, todos nós temos um talento natural e especial. Quando descobrimos esse talento e o colocamos a serviço da coletividade, rompemos nossos limites e alcançamos a verdadeira realização e felicidade. Mentalmente forte, Senna conseguiu como poucos explorar seu talento natural – uma proeza marcada, ressalte-se, por muita dedicação e foco.
Repita-se: dedicação, perseverança, foco e uma profunda fé de que os resultados sonhados podem sim ser alcançados. Ainda que existam espinhos e pedras no caminho, adversidades das quais nem o próprio Jesus Cristo se viu livre, quando se começa a desenhar ainda hoje o cenário em que se quer estar amanhã, nada é impossível. Porque tudo na vida é uma questão de escolha.
Falando em desenhar, que tal lembrar o exemplo de Walt Disney? Sim, o mago dos desenhos e dos filmes quando ainda jovem saiu de uma fazenda direto para a Califórnia. Arrumou emprego em uma agência de propaganda e logo foi dispensado sob a justificativa de que “não tinha criatividade suficiente”. Gostaria de ter visto a cara desse diretor da agência quando Disney, anos depois e já conhecido em todo o mundo, inaugurou a Disneylândia – destino desejado por crianças e adultos de todos os continentes. Imagine então se o homem fosse criativo. Até o Pateta deve rir dessa história.
E assim, em todas as áreas de atividades existem pessoas que fazem diferente e estabelecem a diferença. Como aquele pipoqueiro da pracinha. Existem pipocas e pipocas, mas o sujeito sabia fazer como poucos uma pipoca especial. Deliciosa. Sempre perguntavam a ele qual era o segredo. Com seu jeito simples e acaipirado, sempre de bem com a vida, respondia: “Um bom milho, óleo e sal. Junte tudo isso e tasque uma boa pitada de amor”. E os pipoqueiros concorrentes nunca conseguiram igualá-lo.
Então, qual é o seu talento especial? O que você faz de forma tão diferente que pode impactar positivamente a vida de outras pessoas? Será nas artes? Nos negócios? Na culinária? Nos esportes? Não interessa a atividade. O que importa, realmente, é que essa atividade te faça feliz e modifique para melhor a sua vida e a de quem for tocado por ela. E, por incrível que pareça, você poderá até mesmo receber resultados financeiros compensadores por isso. O Universo adora recompensar vencedores determinados.
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Antônio Spada é jornalista, publicitário e professor aposentado da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Goiás. Foi editor do Jornal Opção, chefe de reportagem do Diário da Manhã e editor das revistas Roteiro e Ruralidade, entre outras. Começou a trabalhar no jornal O Popular como desenhista e diagramador em 1969, e foi finalista por duas vezes no extinto Prêmio Agrobanco de Jornalismo Goiano. Atuou também no mercado publicitário como redator e diretor de arte e criação.
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