Artigo por Antônio Spada
Pois bem, chegou o tempo das resoluções para o ano que começa – e que na maioria das vezes jamais serão cumpridas
Entra ano sai ano, a rotina é a mesma: a virada é tempo de listar resoluções que, como ensinam nossas histórias pessoais, dificilmente serão cumpridas ao longo dos próximos doze meses. A lista normalmente é pautada pelas necessidades, expectativas ou planos de cada um. Alguns itens são desafiadores, como parar de fumar, emagrecer, poupar, terminar um relacionamento tóxico e mil outras possibilidades criadas pela inesgotável capacidade humana de se iludir.
Ilusão? Sim, ilusão, porque nem sempre queremos de verdade um determinado objetivo. Imaginamos o querer para apacentar nosso espírito. Tipo: ei, calma, estou cuidando disso. Mas teremos doze meses inteirinhos para que desvios de rotas e falências de planos amorteçam nossa consciência e procuremos desculpas perfeitas e acabadas para justificar o abandono do querer.
Este é o ponto nevrálgico: o abandono do querer. Mudar não é fácil, principalmente quando hábitos arraigados desafiam o planejamento da mente. Abandonamos também por comodismo, para não sair de uma questionável zona de conforto ou por julgarmos, erroneamente, que no final das contas conseguiremos mudar o comportamento de uma pessoa, por exemplo. Eis um dos mais notórios enganos. Ninguém muda ninguém, porque estaremos constantemente em rota de colisão com sentimentos e posturas alheias. O caminho é o entendimento, este sim capaz de realizar pequenos milagres.
Quando a coisa resvala para o terreno minado das emoções, aí o bicho pega. É como navegar sem bússola em uma noite de tempestade. Convivemos diariamente com as emoções básicas como a culpa, a raiva, o medo, a tristeza e o orgulho. Mas quando acrescentamos uma boa dose de egoísmo a esses sentimentos tão humanos, os filhotes gerados, também conhecidos como emoções híbridas, mostram as garras através do azedume, da angústia, da insegurança, da vaidade e da insatisfação. E pronto: está montado o cenário perfeito para transformar a vida de qualquer cidadão em verdadeiro inferno. Há cura para isso? Certamente, mas vai exigir uma boa disposição da pessoa. >>
>> E onde pode acontecer isso? Em praticamente todos os planos da vida - no trabalho e na convivência em família, principalmente. É de onde parte a maioria das resoluções que exigem mudanças. É o chefe intolerável, o colega sabotador, o vizinho insuportável, o marido ranzinza, a mulher apeladora, o filho inconsequente, tudo exigindo uma decisão firme e mudanças de rumos no próximo ano. Mas... espere aí. Qual é a nossa parcela de culpa nesse imbróglio todo? Somos apenas vítimas ou muitas vezes (a maioria, talvez) plantamos e adubamos essas situações? Não nos esqueçamos: quando apontamos um dedo acusador para alguém, temos três outros voltados para nós mesmos.
Talvez então seja a hora de fazermos a mea culpa e entendermos que não somos o centro do Universo. Que muitas vezes os nossos próprios atos, propositais ou impensados, acabam provocando reações intempestivas da outra parte - e isso conduz a um redemoinho sem fim. Então, que tal usarmos os ensinamentos sábios de Jesus para começar a fazer a diferença? Que tal praticarmos aquela recomendação – não fazer ao outro aquilo que não gostaríamos que o outro fizesse conosco? Se tivermos a grandeza de estender a mão, pedir e oferecer o perdão, daremos um passo gigantesco rumo ao entendimento e consequente desmantelamento dos males que aprisionam nossos espíritos.
Aí sim, que venha um 2018 com grandes possibilidades de realizações nos mais diferentes setores da vida. Porque, ao mudarmos internamente praticando a chamada reforma íntima, estaremos abandonando velhas crenças e padrões de conduta inadequados e abrindo espaço para o novo. Que pode ser um emprego melhor, a conquista de um novo amor, o reatamento de uma velha amizade, a preservação da família e tantas outras coisas que alimentam nossos sonhos e esperanças.
Enfim, liste suas resoluções e não as abandone ao longo do caminho. Nada de remendos. E tenha então um verdadeiro e Feliz Ano Novo!
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Antônio Spada é jornalista, publicitário e professor aposentado da Faculdade de Comunicação da Universidade Federal de Goiás. Foi editor do Jornal Opção, chefe de reportagem do Diário da Manhã e editor das revistas Roteiro e Ruralidade, entre outras. Começou a trabalhar no jornal O Popular como desenhista e diagramador em 1969, e foi finalista por duas vezes no extinto Prêmio Agrobanco de Jornalismo Goiano. Atuou também no mercado publicitário como redator e diretor de arte e criação.
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