O monólogo da Farândola Teatro com a atriz Fernanda Pimenta tem sido aclamado por público e crítica. A finitude da vida e o processo de envelhecimento são temas abordados de forma sensível e cômica, a entrada é gratuita (Contribuições voluntárias e espontâneas serão bem-vindas)
As últimas apresentações do projeto Quarta de Guarda-Chuvas acontecem dia 01 de agosto, às 20h, a escola The Rising Sun Centro de Idiomas recebe o espetáculo, gratuito e aberto a todo público, e na semana seguinte, dia 08 de agosto, também às 20h, é a vez do Espaço Sonhus ser o palco do encerramento desta temporada do espetáculo Quando se abrem os Guarda-Chuvas em Goiânia. O projeto, apoiado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura e produzido pela Plano V Eventos e Cultura, realizou 10 exibições, em diferentes espaços da capital, sempre às quartas-feiras, seguido de debate entre artista e público.
A ação, caracterizada como uma temporada teatral circulante, teve o propósito de contemplar públicos diversificados, criando uma agenda teatral em Goiânia que tivesse maior duração e com apresentações em diferentes espaços da capital, com entrada franca.
Os espaços que receberam o Farândola Teatro foram: LACENA - Teatro Laboratório da Escola de Música e Artes Cênicas da Universidade Federal de Goiás; Espaço Vera Cult, no Setor Vera Cruz; Edelweiss Café e Bar; o Instituto Federal de Goiás – Câmpus Aparecida de Goiânia; Teatro Escola Basileu França; Oficina Cultural Geppetto; Teatro Cidade Livre, em Aparecida de Goiânia; o Espaço Sonhus, no centro de Goiânia; a Escola The Rising Sun Centro de Idiomas, que trabalham com um ensino diferenciado da língua inglesa. Todos são considerados equipamentos culturais capazes de agregar ainda mais valor ao que foi colocado em cena, por suas próprias trajetórias de fomento à cultura.
Uma ode à velhice contemporânea
O monólogo Quando se Abrem os Guarda-Chuvas tem a atuação de Fernanda Pimenta, que também é coautora da obra, a direção da espanhola Elena Diego e a dramaturgia do carioca João Pedro Fagerlande. Sua estreia ocorreu em 2011 e desde então tem conquistado plateias brasileiras e estrangeiras, com um trabalho de teatro físico e poético, que é ao mesmo tempo melancólico e cômico, lírico e áspero, contundente e apaziguador.
A oralidade é o ponto de partida da personagem Conceição, uma viúva de mais de 70 anos, que se relaciona com a plateia de uma maneira calorosa, falando de seu dia-a-dia de pessoa idosa, que viu seu mundo se transformar aos poucos. A espevitada figura fala em futuro, em desejos, em como se relaciona com um mundo cada vez mais veloz e tecnológico, e certifica a audiência de sua autonomia e capacidade de se apropriar de tudo isto, inclusive sua vontade de novamente amar. Em um decorrer de espetáculo penumbroso e de energia crescente, Dona Conceição contracena com suas memórias e com personagens que estão do outro lado da ligação, do espelho ou das redes sociais, e as traz tão vividamente para a cena, que chegamos a ouvir suas vozes. Ou seja, quando Dona Conceição abre seu guarda-chuva é tão somente para sair mundo afora, caminhando em direção a um futuro que ainda pode lhe reservar muitas surpresas.
Recentemente a atriz Fernanda Pimenta ganhou o prêmio de Melhor Atriz, com o personagem de Dona Conceição, em um Festival de Teatro do Distrito Federal.
FERNANDA PIMENTA
Atriz brasileira, residente em Goiânia, com 32 anos de idade, palhaça, dramaturga, produtora, diretora, mestra em artes cênicas e formadora. Iniciou sua carreira teatral aos 17 anos, quando ingressou, em 2003, no Grupo Guará, companhia pertencente à Universidade Católica de Goiás. Permaneceu no grupo até 2008, quando se muda para Londres. Em 2010 volta para o Brasil, desta vez para o Rio de Janeiro, onde fica até outubro de 2013, após regressar de um período de 5 meses de uma residência artística em Portugal, oportunidade que a levou a apresentar-se também na Espanha. Em novembro de 2013 regressa à Goiânia, onde atualmente apresenta dois espetáculos como convidada do Grupo Bastet, um infantil como convidada da Cia de Arte Poesia que Gira, e duas peças da Farândola Teatro, grupo que fundou em 2011, juntamente com a espanhola Elena Diego Marina. Desenvolveu pesquisa artística no Mestrado em Artes da Cena na Unicamp, finalizando a dissertação em fevereiro de 2017.
Por Ana Paula Mota
Produtora Cultural e Assessora de Imprensa
Fotos: Layza Vasconcelos
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