Segundo delegado, autor disse que mentiu para criar para si uma história de 'herói'. Ele estima que cerca de 20 pessoas trabalharam na investigação de crime que não existiu
Um caseiro, que não teve a identidade divulgada, se entregou à Polícia Civil dizendo que teria matado duas pessoas e que teria jogado os corpos em um rio na zona rural de Rio Verde. No entanto, alguns dias depois, as investigações mostraram que o homem havia inventado toda a história, ele, então, confessou à corporação que havia mentido para criar para si uma história de “bravura”.
Tudo aconteceu na zona rural de Rio Verde, sudoeste de Goiás. A falsa denúncia mobilizou cerca de 20 pessoas entre policiais militares, civis, bombeiros e peritos criminais na investigação de um duplo homicídio que não aconteceu.
O delegado Danilo Fabiano, responsável pelo caso, disse que o homem reportou o falso crime no sábado.
“Ele ligou para a Patrulha Rural responsável pela região contando que criminosos teriam ido tentar assaltar a fazenda, que ele trocou tiros com eles, matou dois e jogou os corpos no rio. No dia, apresentou uma espingarda que ele disse ter usado no crime e ficou preso por posse ilegal de arma de fogo”.
O homem então pagou uma fiança estipulada pela Justiça no valor de R$ 3 mil e foi solto para responder em liberdade, na terça-feira, 15.
Com a notificação do caso, equipes do Corpo de Bombeiros foram chamadas ao local para buscar pelos dois corpos, policiais militares e civis estiveram no local para começar as investigações, peritos foram acionados para também apurar como teria acontecido a suposta troca de tiros. Até uma unidade do Instituto Médico Legal (IML) teve de ser deslocada para o caso de acharem os corpos.
IML, peritos e policiais foram à fazenda para apurar o suposto duplo homicídio, que, na verdade, não aconteceu.
O delegado Danilo disse que as buscas pelos corpos e perícias foram realizadas por dois dias, até que as investigações começaram a apontar para o fato de que nada aconteceu ali.
“Depois de feitas as investigações, concluímos que os homicídios não tinham acontecido. Ele foi ouvido novamente e confessou que tinha bebido na madrugada anterior à denúncia falsa, que tinha ouvido um carro passar por ali, mas que atirou para o alto e não apareceu ninguém. Ele disse que queria ter uma história de heróis, uma história de bravura e que por isso mentiu”, completou o delegado.
Agora, a Polícia Civil está apurando os gastos despendidos com a investigação, por ter mobilizado tantos servidores e recursos do estado, para acrescentar ao inquérito. Além de ser indiciado por noticiar falso crime, cuja pena é de até dois anos de prisão, o homem pode ter de ressarcir o governo pelos desperdícios causados. Via G1
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