A democracia da Monarquia

Por Antonio Oliveira


Em pleno século XXI, voltamos ao cenário da idade média com requinte e crueldade em que a monarquia em desfaçatez busca elementos para justificar o poder pelo poder numa disputa política do reino, afinal é o futuro de uma dinastia que está em jogo e não somente um cargo de governança

Tudo estava pronto para um pleito de disputas acirradas entre os postulantes ao mais elevado cargo da cidade, eram 16 duplas em busca de votos de seus súditos para se tornar dona do trono no palácio. E como só haveria uma dupla ganhadora, logo as intrigas, jogos de disputa e maldizeres se elevaram para desqualificar umas as outras, e assim fora.

Entretanto em determinado momento um dos pretendentes de uma das duplas sofrera impasse em continuar na luta tendo que se ausentar até que pudesse retornar à disputa. E como havia regra, sim existiam regras, e nelas estava bem clara que se houvesse a impossibilidade de um dos componentes permanecer na disputa então a outra parte desistiria ou continuaria sozinho até que o seu parceiro retornasse ao jogo. Todavia esta dupla era formada por um rei e um bispo, bem o bispo era uma pessoa tranquila, apaziguadora, que não gostava de lutas, preferia a calmaria, a mansidão e jamais entraria em conflitos mesmo que ao fim pudesse saborear a vitória sentando no trono do reino. Diante deste comportamento pacato, estava propenso a abandonar o jogo, porém o seu parceiro, o rei, tinha além de súditos, uma linhagem de filhos, dentre os quais o primogênito cuja ambição era devastadora e sem mais demora tratou em ocupar o lugar do pai na disputa.

Quebra-se a primeira regra, o filho do rei era agora o parceiro do bispo na disputa pelo trono e para tanto, e para ter anuência fizera o bispo permanecer no jogo, a fim de chegar à vitória e ao tão sonhado trono, e claro, tudo em nome do pai e da democracia do reino. Óbvio que na sua trajetória feriu princípios tendo usado a boa fé de seus súditos com todas as armas e artimanhas que pudesse encontrar.

Os súditos o reverenciavam e depositaram todos os votos para que ele se tornasse o novo comandante daquele reinado. Então finalmente obteve o tão sonhado êxito em sua caminhada, tendo superado todos os adversários, inclusive anulando seu parceiro de jogo, o bispo, e esquecendo-se de seu pai.

Seus súditos alegaram que o novo rei merecia o reino por ser uma figura linda que agradava com sua jovialidade, ter um olhar ingênuo de menino e vigor de um guerreiro, bem como por seu altruísmo ao pai e sua abnegação pela família por manter a coroa e o trono. E assim conquistou para si o poder, mas aparentemente ao seu lado o bispo e o pai cada qual com sua função para mantê-lo moralmente dentro das regras morais e éticas, o Bispo postado ao lado do trono, como uma figura de que estava tudo na mais perfeita ordem e o pai recluso ao ostracismo mas mantido longe dos olhos ás fendas da escuridão para lhe manter a moral.

Assim nenhuma regra houvera sido quebrada, e a vontade do povo se fez valer ou a vontade de uma dinastia se fez vencer. Pois sim o filho do rei, agora rei em sua plenitude soberano, mas mantendo ainda o ar de quem está ali para manter somente o trono do rei. Qual rei?.

Mais de Antonio Oliveira AQUI


Acesse nosso grupo no WhatsApp: https://chat.whatsapp.com/JBJD6YZE0scBGAqHecmyD6
Conteúdo e Notícias
Leia a descrição

Inscreva-se



Instagram Siga nosso Instagram  

Curta a FanPage

Postar um comentário

Comentários