Por Antonio Oliveira
Todavia não fizemos cooperação ideológica, mas sim cooperação a fim de nos mantermos juntos para sermos maiores e enfrentarmos os problemas e desafios para o crescimento e desenvolvimento para as populações destes países, como poderia ter sido no caso atual da pandemia contra a Covid-19.
Formação do BRICS
Em 2001 o Banco de investimentos americano Goldman Sachs reuniu as maiores economias emergentes do século XXI, com Brasil, Rússia, Índia e China. A partir de 2009 os encontros dos chefes de Estado e de Governos passaram a ser anuais. E em 2011 a África do Sul passou a compor de forma definitiva o grupo dos países emergentes, portanto o BRICS representa 42% da população, 23% do PIB, 30% do território e 18% de todo o comércio mundial. Com a finalidade de desenvolvimento cooperativo setorial que abrange mais de trinta (30) áreas, como ciência e tecnologia, promoção comercial, energia, saúde, educação, inovação e combate a crimes transnacionais. A importância desta cooperação entre os países trouxeram envolvimento de inúmeros benefícios ao logo do tempo de sua existência, tal qual a Rede de Pesquisas em TB (tuberculose), a qual visa introduzir medicamentos e diagnósticos de qualidade a preços acessíveis.
De acordo com a Agência Brasil EBC, durante a última Cúpula do BRICS em 2014, sediada no Brasil, foram criadas as instituições de Fortaleza: o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB) e o Arranjo Contingente de Reservas (ACR). Tendo como presidente o Indiano Economista Kundapur Vaman Kamath. O NDB conta com capital inicial de U$ 50 bilhões e capital autorizado de U$100 bilhões, tendo como principal objetivo apoiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, públicos ou privados em países do bloco e em outras economias emergentes. Atualmente o Economista, Cientista Político e Diplomata Marcos Troyjo que faz parte da Secretaria de Assuntos Especiais do Ministério da Economia do Brasil, é o diretor presidente, eleito em 27 de maio de 2020 para um mandato de 5 (cinco) anos em substituição ao Economista Indiano.
China e Índia: exportadores de Insumos e Medicamentos para o Brasil
A índia apesar de ser um país com indicadores sociais de extrema pobreza para a maioria da sua população, e talvez por isso explique o fato em ter um dos mais altos níveis de industrialização dos países do terceiro mundo, já que os grandes capitais não se furtam à exploração da mão de obra barata. A China também conta com um grande player no mercado de medicamentos e insumos comercializado para o mundo. E ambos são exportadores destes insumos e produtos para o nosso país em 5º e 2º lugar respectivamente.
Segundo a jornalista Maeli Prado apurou em entrevista com o presidente executivo da Abiquifi (Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos) Norberto Prestes, na década de 60 e 70 o Brasil produzia mais da metade dos insumos consumidos no país, porém devido a competitividade de mercado e os baixos preços praticados, o país se tornou importador. Segundo Prestes a China produz matéria prima para o mundo, inclusive para os Estados Unidos, que são o maior exportador de remédios para o Brasil. Portanto hoje somos clientes da indústria fármaco internacional de remédios e insumos, sendo que nossos maiores importadores são Estados Unidos, China, Alemanha, Argentina e Índia. Estima-se que a maior parte, 70% dos insumos para a fabricação de medicamentos no Brasil venham da China e o restante da Índia.
Ideologia e Pandemia
Brasil, Russia, Índia e China deveriam compor e solidificar os mecanismos auferidos na Cúpula realizada em 2014, e agora mais do que nunca tendo como presidente do NDB, um brasileiro e membro do Governo, poderia se fazer valer de prerrogativas a fim de viabilizar projetos no campo da ciência e ratificar o objetivo do BRICS para a fabricação de vacinas, já que o Brasil conta com plantas capazes de produzi-las. Mas ao contrário preferiu proferir os insultos, incautos do reino e seus herdeiros aos irmãos chineses. Como na fala a seguir, do rei em entrevista à rádio Jovem Pan: “Da China não compraremos. Não acredito que ela transmita segurança para a população pela sua origem. Esse é o pensamento nosso” disse o Presidente Jair Messias Bolsonaro.
Através desta ideologia barata o Brasil se fez refém de sua própria ignorância. Não obstante a isso Bolsonaro também não fez acordo prévio com a Pfizer para adquirir as vacinas que estavam na fase 3 aqui no país e segundo o laboratório fora oferecido à época 70 milhões de doses. Não obstante, se o Governo adquirisse as vacinas da Pfizer estaria adquirindo por tabela produto de origem chinesa, santa ignorância! E mesmo com toda a resistência ideológica, segundo Prestes durante a pandemia houve aumento no consumo de remédios para problemas de pressão alta, colesterol e etc, portando a indústria farmacêutica do Brasil teve que importar mais insumos da China, passando na dianteira de países como EUA e Argentina.
Itamaraty no Imbróglio
O governo do Estado de São Paulo, através de acordo com o Laboratório Sinovac e o Instituto Butantã fomentou de forma efetiva todas as fases da vacina no Brasil, mesmo a contragosto do governo federal, adquirindo em primeiro momento 46 milhões de doses da vacina CoronaVac, todavia depois da China liberar insumos para as primeiras doses fabricadas em solo brasileiro, rompeu a liberação da matéria prima. Porque há um conflito generalizado na diplomacia brasileira em que o Deputado Federal Eduardo Bolsonaro e o próprio Bolsonaro proferiram palavras ao Governo Chinês culpando-os pela proliferação do vírus tal qual fez Trump nos EUA. Portanto agora que foram liberadas 6 milhões de doses em caráter emergencial para a população prioritária no Brasil, estamos a mercê de um eficaz movimento diplomático por parte do Itamaraty a fim de mediar as relações com um parceiro tão importante quanto a China. Mas não podemos esquecer que o próprio Chanceler Ernesto Araújo quando pode colocou mais lenha na fogueira e também atacou o Governo Chinês, agora por dever cabe a ele colocar o rabo entre as pernas e resolver este imbróglio.
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