O Legado de Iris Rezende em Goiânia


Depois de mais de 70 anos de profissão na política e ter comandado a Capital do Estado de Goiás por quatro vezes, o político Iris Rezende se aposentou, ovacionado por outros políticos, mídia e comunidade em geral. Todavia poderia ter realizado mais e preparado a cidade de Goiânia tanto para o presente quanto para o futuro

Iris Rezende construiu sua vida em Goiânia, e a partir desta cidade a sua vida pública, pois aos 16 anos se tornou Vereador; em 1958 Deputado Estadual; em 1965 foi eleito pela primeira vez prefeito da capital, fato que se repetiu mais três vezes em sua vida, em 2004, 2008 e 2016; foi Governador do Estado de Goiás por dois mandatos em 1983 e 1990; exerceu o mandato de Senador da República de 1995 a 2002; foi Ministro de dois Governos, no Governo Sarney como Ministro da Agricultura no período de 1986 a 1990, e no Governo FHC como Ministro da Justiça de maio de 1997 a abril de 1998.

Aos 87 anos o cacique do MDB deixa a prefeitura de Goiânia, preferindo não se reeleger apesar de ter aprovação de 54% dos eleitores da capital e passa o bastão para Maguito Vilela do mesmo partido, porém este acamado logo falece em 13 de janeiro por complicações da Covid-19.

Óbvio que o legado político de Iris Rezende é imenso a partir de uma vida inteira dedicada à coisa pública, porém existem falhas em suas administrações municipais, principalmente as três últimas em que houve escândalos quanto a obras como dos viadutos da avenida 85; a morosidade e projetos de reformas de parques importantes da capital como o Lago das Rosas; as reformas de Postos de Saúde, os CAIS da capital em que alguns ficaram com obras paradas por anos até voltarem a funcionar corretamente; falta de médicos e pessoal para atendimento na rede pública de saúde; falta de CMEIS (Centro Municipal de Ensino Infantil) e escolas bem como aparelhamento destas com tecnologia e estruturas que atendam a criança do século 21, e não apenas meia dúzia de escolas contempladas pelos projetos com arremedo tecnológico e estruturas de terceira; falta de pessoal em todas as áreas através de concurso público bem como salários de acordo com a dignidade dos trabalhadores de cada área; falta de centros de convivência para as comunidades com aparelhamento e suporte de oficinas para os jovens; falta de comprometimento com o meio ambiente desde a fiscalização de igarapés a despoluição dos rios que cortam a cidade como o “meia ponte”; a criação de parques e ao final de sua gestão termos 54 no total é maravilhoso, mas e as nascentes que não foram cuidadas nem suas adjacências mantidas em que condomínios foram elevados em cima delas, igrejas e construções mantidas em cima de igarapés, como é o caso da igreja Assunção no parque Itatiaia e construções realizadas dentro da UFG (Universidade Federal de Goiás).

Não é dispendioso dizer que no jogo do poder existem interesses, e esses nem sempre vão ao encontro das populações, muitos são direcionados a grupos que são beneficiados por terem algum vínculo ou trazer alguma situação que beneficie de forma direta ou indiretamente o governante e este aprova aquilo que lhe é conveniente.

O Prefeito Iris aposenta, deixa seu legado e sua historia para a posteridade com muitos adeptos de seus feitos e orgulhosos em terem sido contemporâneos e comandados por ele, porém não é a máxima de sua vida pública em Goiânia. Afinal acredita-se que muito poderia ter sido feito como gestor para as gerações futuras, principalmente se tivesse acompanhado melhor a evolução tecnológica e aparelhado a educação, bem como se tivesse realizado obras estruturais e aparelhamento para tirar das ruas os jovens das comunidades através da implantação de politicas públicas sociais e educacionais.

Pauta sugerida pelo leitor desta coluna Rafael Tristão

Por Antonio Oliveira / Foto: Lucieni Soares


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