O novo Prefeito de Goiânia é filiado ao Partido Republicano fundado em 2003, pelo então vice-presidente da Republica José Alencar, fez parte da base aliada governista de Michel Temer e hoje faz parte da base do governo Bolsonaro. O partido Republicano está ligado intrinsecamente à Igreja Universal do Reino de Deus, de Edir Macedo, tendo como presidente do partido o Bispo Marcos Pereira, vice-presidente da Câmara dos Deputados no Congresso Nacional.
A trajetória política de Rogério Cruz começa em 2012, na capital, em que foi eleito para o mandato de vereador com 7.774 votos e reeleito em 2016 com 8.312 votos. A sua escolha para Vice de Maguito foi estratégica, pois na última eleição para vereador foi o único candidato ao pleito a ter votos em todas as urnas da capital, portanto sua capilaridade eleitoral fora significativa, além é claro de fazer parte de uma instituição religiosa, a qual conta com um grande número de fiéis que podem representar capital eleitoral fortíssimo. Mas também para que o Executivo tivesse livre acesso entre os parlamentares para aprovação de seus projetos.
Na Câmara Legislativa de Goiânia Rogério Cruz foi o 2º vice-presidente da Câmara, tendo participado das comissões “Trabalho e Servidor Púbico”; “Ética e Decoro Parlamentar”; “Da pessoa com Deficiência”; “Dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes”; “Do Idoso” e “Comissão Mista”. Compôs a chapa com Maguito Vilela (MDB) para o cargo de vice-prefeito, a qual saiu vencedora.
Rogerio Cruz ficou à sombra do filho de Maguito Vilela já que este a partir de outubro fora acometido pela Covid-19 e internado. Portanto Daniel Vilela então presidente do partido MDB ao qual pertencia seu pai, realizou e trabalhou de forma a tornar real a vitória nas urnas, contando com a participação tímida do então candidato a vice-prefeito nas ações e aparições públicas. Comumente o então candidato da chapa de Maguito Vilela quando inquirido pela imprensa sobre os projetos e plano de governo para Goiânia, respondia que não tinha ciência já que não havia participado de sua elaboração, tanto que não participou de debates.
O presidente do partido Daniel Vilela, levou à vitória do MDB ao Paço Municipal no segundo turno, em que Maguito Vilela mesmo sem saber já que se encontrava sedado, na ECMO e traqueostomizado recebe nas urnas 27.461 votos a mais de seu oponente o candidato Vanderlan Cardoso do PSD perfazendo uma superioridade em 5,20% dos votos válidos.
O Próximo passo deste processo foi realizar a transição de governo e para tanto seria necessário montar uma equipe, a qual foi feita com a direção de Daniel Vilela, facilitada com a equipe do antecessor do Paço Iris Rezende, o qual não mediu palavras para elogiar Daniel e dizer que ele saberia fazer a transição e assumir a prefeitura muito bem.
Através de manobra política realizada às vésperas da posse em que o legislativo da capital muda a forma de diplomação do Prefeito para dar legibilidade ao processo e assim de forma virtual Maguito Vilela toma posse, estando na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do Hospital Albert Einstein na capital Paulista. Portanto a mais de mil quilômetros de distância, Maquito Vilela toma possa e também se licencia, e então o vice-prefeito assume a prefeitura, obviamente com a presença de Daniel Vilela de fato.
Com o falecimento de Maguito Vilela, no dia 13 de janeiro de 2020, aos 71 anos em decorrência de complicações causadas pela Covid-19 segundo noticiado em todos os meios de comunicação e também por este site, Rogério Oliveira da Cruz do partido Republicanos, assume de acordo com a lei de vacância o cargo de Prefeito de Goiânia. A partir de 15 de janeiro de 2021 toma posse definitivamente, a seu favor está o legislativo da cidade do qual fez parte por dois mandatos, a igreja em que se torna forte e um braço na política o qual não podemos ignorar, apesar de nossa Constituição dizer que o Estado é Laico, além disso conta o filho de Maguito Vilela e Presidente Estadual do partido MDB, Daniel Vilela o qual não faz parte da chapa política que disputou as eleições, mas devido ter participado de todo o processo até agora, não se pode deixar de fora deste entremeio, afinal quem faz o bolo precisa comer.
Todavia Rogério Cruz é o Prefeito de Goiânia a partir de então e precisa tomar atitudes por si mesmo, para continuar sendo politico de relevância na política Goiana, bem como fazer efetivamente parte do projeto de poder de seu partido o “Republicanos”, para o cenário Nacional, afinal não é todo dia que a prefeitura de uma Capital cai no colo de um novato sem preparo e experiências necessárias para gerir uma cidade em torno de 1,54 milhão de habitantes, com problemas em todas as áreas de suas funcionalidades além de um problema de saúde pública causado pela pandemia do Coronavírus que pode ser endêmica. Espera-se que possa ser aflorado no novo prefeito o sentido científico e não dogmático para as questões políticas-sociais que Goiânia enfrentará neste e nos próximos anos.
Por Antonio Oliveira
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