Corrupção no Brasil em tempos de Pandemia

Fausto Costa outubro 16, 2021

A organização Transparência Internacional, produz desde 1995 o Índice de Percepção da Corrupção (IPC) no qual são avaliados 180 países e territórios sendo-lhes atribuído notas numa escala de 0 a 100, sendo 0 (zero) quando o país tem a percepção altamente corrupta e 100 (cem) para países cuja percepção é tida como muito íntegra

O Índice de Percepção da Corrupção é o principal indicador de corrupção no mundo utilizado como referência pelos tomadores de decisão dos setores públicos e privados de todo o mundo.

A seguir apresentamos um compilado do relatório anual, realizado pela Transparência Internacional Brasil referente ao ano sui generis de 2020, em que a pandemia assolou a população mundial deixando oficialmente mais de 90 milhões de pessoas infectadas e em torno de 2 milhões de mortes pela Covid-19, segundo a análise a corrupção agravou a pandemia, mas não somente, também afetou as democracias.

Níveis de percepção da corrupção no setor público de 180 países/territórios em todo o mundo:

Na segunda parte da tabela encontramos o Brasil com índice vexatório para quem deseja chegar ao patamar de países participantes da OCDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e que ficou aquém de países dos BRICS, do qual é signatário compondo com Rússia, Índia, China e África do Sul.

O Brasil passou da posição 106º em 2019 para 94º em 2020, mas ainda assim permaneceu atrás de países da América do Sul como Uruguai que ficou em 21º, Chile em 25º, Argentina em 78º, Colômbia e Equador na posição 92º.

O Brasil obteve pequena variação com 38 pontos em 2018; em 2019 com 35 pontos e em 2020 com 38 pontos, desta forma se manteve estagnado, com margem de erro de 4.1 pontos para mais ou para menos. Isto significa que a corrupção no Brasil permanece estagnada em patamar muito ruim, abaixo da média do BRICS (39), da média regional para a América Latina e o Caribe (41) e mundial (43) e ainda mais distante da média mundial dos países ricos do G20 (54) e dos países da OCDE (64).

Devido a ingerência do poder Executivo do Brasil em instituições como Polícia Federal e Ministério Público, bem como ataques ao Supremo Tribunal Federal, os órgãos de controle deixaram de exercer o papel que lhes cabe e o fato da pandemia da Covid-19 em 2020, em que os cofres foram abertos para suprir as necessidades de aquisição e compras de insumos, materiais e equipamentos, medicamentos e vacinas bem como a necessidade de politicas econômicas e sociais afim de suprir as necessidades, negócios e mercado interno, e também a população mais carente. Desta forma como tudo fora realizado “a toque de caixa”, a corrupção que já faz parte de forma intrínseca da política nacional se aprofundou e pode ser permeada pela Transparência Internacional.

Segundo Adélia Ferreira Rubio, Presidente da Transparência Internacional, a Covid-19 não é apenas uma crise econômica e de saúde. É uma crise de corrupção. E é uma crise em cuja gestão estamos fracassando.

A corrupção no Brasil no ano de 2020 enfraqueceu as instituições e deixou em xeque a democracia brasileira.

Confira, clicando AQUI, o relatório completo

Antonio Oliveira - Colunista O Centroeste