No fim de semana que antecede o Carnaval, o público goianiense terá uma oportunidade cultural imperdível: a presença em Goiânia do Grupo 3 de Teatro (SP), fundado em 2005 pelos artistas Débora Falabella, Gabriel Fontes Paiva (que nesta peça assina a luz) e Yara de Novaes. O Teatro Goiânia receberá nos dias 19 e 20 de fevereiro, sábado (20h30) e domingo (19h), “Love, Love, Love”, montagem teatral consagrada por público e crítica nacional.
O espetáculo tem direção de Eric Lenate e texto do autor inglês Mike Bartlett.
Com esta obra, a atriz Yara de Novaes foi agraciada com prêmio Shell e Questão de crítica, sendo que a criação recebeu ainda outras 15 indicações a prêmios na temporada carioca.
Em Goiânia o projeto conta com a produção da F2 Produções Culturais. Os ingressos custam entre R$ 40,00 a R$ 80,00 e podem ser adquiridos pelo site sympla, com descontos para compras antecipadas. A classificação indicativa é de 16 anos e a duração da peça é de 2 horas e 20 minutos.
No sábado, o público poderá participar de um bate-papo após a apresentação, e no domingo a peça terá tradução e interpretação em Libras, e reconhecimento tátil de cenário para pessoas com deficiência visual.
Texto inédito no Brasil
Desde que se uniram em montagens teatrais muito bem-sucedidas, incluindo o espetáculo “Contrações” (premiações: APCA, APTR, Questão de Crítica e Aplauso Brasil), cujo texto também é do dramaturgo inglês Mike Bartlett, o Grupo 3 de Teatro busca a democratização do fazer teatral, por meio de projetos de criação, circulação e formação, além da escolha de textos que promovam reflexões acerca do mundo contemporâneo.
Por isso mesmo, o autor londrino volta ao foco da trupe, que nesta montagem conta também com as atuações de Alexandre Cioletti, Eric Lenate e Mateus Monteiro.
“Depois de uma imersão de dois anos de leitura de autores contemporâneos, nos conectamos especialmente com esse autor. Ele é contundente com o momento em que vivemos, é profundo e provocador ao mesmo tempo que tem uma escrita clara e objetiva. Para o Grupo 3, o teatro é lugar de revisitar a história e pensar a questão do tempo político e social”, relata Gabriel Fontes Paiva.
De acordo com o grupo, Bartlett é um autor de nosso tempo e que vai sobreviver a ele. Nada em seu texto é uma afirmação ou uma tomada de posição. Segundo o próprio Bartlett, em uma entrevista divulgada pelo teatro Roundabout, à época da estreia de “Love, love, love” em Nova Iorque (2016), seu texto evitou a culpabilização de uma geração ou de outra. Segundo o dramaturgo, é o conjunto de falhas e acertos que interessa; o que o autor faz, portanto, é instaurar um debate, fazendo um teatro dramático e buscando investigar o homem como poucos autores conseguem. “É um texto político e também psicológico. É tudo junto como costumam ser as grandes obras”, reflete Yara de Novaes.
Já segundo Débora Falabella, “a peça investiga qual foi o legado que a geração dos anos 1960 deixou para os jovens dos anos 1990. É um acerto de contas entre essas gerações, mas sem julgamentos”.
Sobre o espetáculo
Contando com a direção de Eric Lenate na primeira montagem brasileira, “Love, Love, Love” discorre sobre as relações de um grupo familiar, envolto em discussões sobre questões geracionais, contando histórias de um período compreendido entre os anos de 1967 e 2010, abordando de maneira crítica o contexto político e social deste intervalo temporal, demonstrando ainda como as pessoas são modificadas pela época em que vivem e como ideologias de paz, amor, liberdade, felicidade, família podem ser corrompidas por demandas que sobrepujam desejos e sonhos. A obra trafega dos idealismos dos anos 1960 até os desapontamentos dessa mesma geração, anos mais tarde, e a falta de perspectiva de seus filhos.
A ação começa em 1967, na noite da primeira transmissão ao vivo de TV via satélite, em que os Beatles cantaram All You Need Is Love. Sandra (interpretada por Débora Falabella), bonita e sedutora, recém ingressada na universidade, marcou um encontro com Henry (papel do expressivo Mateus Monteiro). Mas ela se interessa por seu irmão mais novo, Kenneth, também de 19 anos e calouro universitário, com quem se casa.
Em um salto temporal, a plateia é então levada aos anos 1990, onde as personagens estão confortavelmente em outra realidade, são da classe média, curiosamente negligentes com os dois filhos, em um casamento prestes a ruir.
O grande momento é o último ato, já na década de 2010, em uma reunião de família, quando a filha do casal, Rose, que foi uma violinista promissora, agora com 37 anos e muito decepcionada com a própria trajetória de vida, arremessa sobre os pais e sua geração de paz e amor a responsabilidade pelo fracasso da geração dela própria.
No sábado, o público poderá participar de um bate-papo após a apresentação, e no domingo a peça terá tradução e interpretação em Libras, e reconhecimento tátil de cenário para pessoas com deficiência visual.
Texto inédito no Brasil
Desde que se uniram em montagens teatrais muito bem-sucedidas, incluindo o espetáculo “Contrações” (premiações: APCA, APTR, Questão de Crítica e Aplauso Brasil), cujo texto também é do dramaturgo inglês Mike Bartlett, o Grupo 3 de Teatro busca a democratização do fazer teatral, por meio de projetos de criação, circulação e formação, além da escolha de textos que promovam reflexões acerca do mundo contemporâneo.
Por isso mesmo, o autor londrino volta ao foco da trupe, que nesta montagem conta também com as atuações de Alexandre Cioletti, Eric Lenate e Mateus Monteiro.
Elenco |
“Depois de uma imersão de dois anos de leitura de autores contemporâneos, nos conectamos especialmente com esse autor. Ele é contundente com o momento em que vivemos, é profundo e provocador ao mesmo tempo que tem uma escrita clara e objetiva. Para o Grupo 3, o teatro é lugar de revisitar a história e pensar a questão do tempo político e social”, relata Gabriel Fontes Paiva.
De acordo com o grupo, Bartlett é um autor de nosso tempo e que vai sobreviver a ele. Nada em seu texto é uma afirmação ou uma tomada de posição. Segundo o próprio Bartlett, em uma entrevista divulgada pelo teatro Roundabout, à época da estreia de “Love, love, love” em Nova Iorque (2016), seu texto evitou a culpabilização de uma geração ou de outra. Segundo o dramaturgo, é o conjunto de falhas e acertos que interessa; o que o autor faz, portanto, é instaurar um debate, fazendo um teatro dramático e buscando investigar o homem como poucos autores conseguem. “É um texto político e também psicológico. É tudo junto como costumam ser as grandes obras”, reflete Yara de Novaes.
Já segundo Débora Falabella, “a peça investiga qual foi o legado que a geração dos anos 1960 deixou para os jovens dos anos 1990. É um acerto de contas entre essas gerações, mas sem julgamentos”.
Sobre o espetáculo
Contando com a direção de Eric Lenate na primeira montagem brasileira, “Love, Love, Love” discorre sobre as relações de um grupo familiar, envolto em discussões sobre questões geracionais, contando histórias de um período compreendido entre os anos de 1967 e 2010, abordando de maneira crítica o contexto político e social deste intervalo temporal, demonstrando ainda como as pessoas são modificadas pela época em que vivem e como ideologias de paz, amor, liberdade, felicidade, família podem ser corrompidas por demandas que sobrepujam desejos e sonhos. A obra trafega dos idealismos dos anos 1960 até os desapontamentos dessa mesma geração, anos mais tarde, e a falta de perspectiva de seus filhos.
A ação começa em 1967, na noite da primeira transmissão ao vivo de TV via satélite, em que os Beatles cantaram All You Need Is Love. Sandra (interpretada por Débora Falabella), bonita e sedutora, recém ingressada na universidade, marcou um encontro com Henry (papel do expressivo Mateus Monteiro). Mas ela se interessa por seu irmão mais novo, Kenneth, também de 19 anos e calouro universitário, com quem se casa.
Em um salto temporal, a plateia é então levada aos anos 1990, onde as personagens estão confortavelmente em outra realidade, são da classe média, curiosamente negligentes com os dois filhos, em um casamento prestes a ruir.
O grande momento é o último ato, já na década de 2010, em uma reunião de família, quando a filha do casal, Rose, que foi uma violinista promissora, agora com 37 anos e muito decepcionada com a própria trajetória de vida, arremessa sobre os pais e sua geração de paz e amor a responsabilidade pelo fracasso da geração dela própria.
SOBRE O GRUPO 3 DE TEATRO
Fundado em 2005, contabilizando a montagem e circulação de oito espetáculos, o grupo é composto por Débora Falabella, Gabriel Paiva e Yara de Novaes. Realizador de montagens como “A Serpente”, de Nelson Rodrigues, dirigida por Yara de Novaes; “O Continente Negro”, de Marco Antônio de La Parra, dirigido por Aderbal Freire Filho; e "Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante" com direção de Gabriel Paiva, a companhia mantém em repertório, além de “Contrações e “O Amor e Outros Estranhos Rumores”, a obra Love, Love, Love, cuja estreia ocorreu em 2018.
O Grupo 3 de Teatro também atua como produtor em outros segmentos da cultura, como as mostras “Murilo Rubião - o Reescritor Fantástico” (SESC Paladium e UFMG) e “Mostra Contemporânea de Arte Mineira” (SESC Pompeia e Vila Mariana) e a publicação do livro “O Continente Negro”, tradução para o português do texto dramatúrgico do chileno Marco Antonio De La Parra.
ERIC LENATE | Diretor e ator
Ator, diretor e cenógrafo. Em 2005 ingressou no CPT - Centro de Pesquisa Teatral do SESC. Estreou como diretor em 2008 com “O céu 5 minutos antes da tempestade”, de Silvia Gomez, nomeado para o prêmio Qualidade Brasil de melhor espetáculo. Por “Sit Down Drama”, em 2014, foi indicado ao prêmio Shell de melhor direção. Dirigiu também “Mantenha fora do alcance do bebê”, de Silvia Gomez; “Fim de Partida”, de Samuel Beckett, pelo qual foi indicado ao prêmio APCA de melhor ator em 2016, e “Refluxo”, de Angela Ribeiro, pelo qual Lenate recebeu o prêmio Shell 2017 de melhor cenário e foi indicado ao mesmo prêmio na categoria melhor direção. Dirigiu “Love, Love, Love”, de Mike Bartlett, em parceria com o Grupo 3 de Teatro. Por este trabalho, Lenate foi indicado aos prêmios APTR e Shell de 2017 de melhor direção, ambos no RJ. Este trabalho foi indicado em 2018 ao prêmio APCA de melhor espetáculo.
FICHA TÉCNICA
Texto: Mike Bartlett
Fundado em 2005, contabilizando a montagem e circulação de oito espetáculos, o grupo é composto por Débora Falabella, Gabriel Paiva e Yara de Novaes. Realizador de montagens como “A Serpente”, de Nelson Rodrigues, dirigida por Yara de Novaes; “O Continente Negro”, de Marco Antônio de La Parra, dirigido por Aderbal Freire Filho; e "Neste Mundo Louco, Nesta Noite Brilhante" com direção de Gabriel Paiva, a companhia mantém em repertório, além de “Contrações e “O Amor e Outros Estranhos Rumores”, a obra Love, Love, Love, cuja estreia ocorreu em 2018.
O Grupo 3 de Teatro também atua como produtor em outros segmentos da cultura, como as mostras “Murilo Rubião - o Reescritor Fantástico” (SESC Paladium e UFMG) e “Mostra Contemporânea de Arte Mineira” (SESC Pompeia e Vila Mariana) e a publicação do livro “O Continente Negro”, tradução para o português do texto dramatúrgico do chileno Marco Antonio De La Parra.
ERIC LENATE | Diretor e ator
Ator, diretor e cenógrafo. Em 2005 ingressou no CPT - Centro de Pesquisa Teatral do SESC. Estreou como diretor em 2008 com “O céu 5 minutos antes da tempestade”, de Silvia Gomez, nomeado para o prêmio Qualidade Brasil de melhor espetáculo. Por “Sit Down Drama”, em 2014, foi indicado ao prêmio Shell de melhor direção. Dirigiu também “Mantenha fora do alcance do bebê”, de Silvia Gomez; “Fim de Partida”, de Samuel Beckett, pelo qual foi indicado ao prêmio APCA de melhor ator em 2016, e “Refluxo”, de Angela Ribeiro, pelo qual Lenate recebeu o prêmio Shell 2017 de melhor cenário e foi indicado ao mesmo prêmio na categoria melhor direção. Dirigiu “Love, Love, Love”, de Mike Bartlett, em parceria com o Grupo 3 de Teatro. Por este trabalho, Lenate foi indicado aos prêmios APTR e Shell de 2017 de melhor direção, ambos no RJ. Este trabalho foi indicado em 2018 ao prêmio APCA de melhor espetáculo.
FICHA TÉCNICA
Texto: Mike Bartlett
Tradução: Maria Angela Fontes Frederico
Diretor Artístico: Eric Lenate
Elenco: Débora Falabella, Eric Lenate, Mateus Monteiro, Alexandre Cioletti e Yara de Novaes
Iluminação: André Prado e Gabriel Fontes Paiva
Elenco: Débora Falabella, Eric Lenate, Mateus Monteiro, Alexandre Cioletti e Yara de Novaes
Iluminação: André Prado e Gabriel Fontes Paiva
Trilha Sonora: L.P. Daniel
Cenário: André Cortez
Figurinos: Fabio Namatame
Direção Técnica: André Prado
Direção Técnica: André Prado
Camareiro: Jô Nascimento
Palco: Dani Colazante
Palco: Dani Colazante
Operação de Som: Rogério Ferraz
Produção Nacional: Grupo 3 de Teatro e Contorno Produções
Gestão de Projeto: Luana Gorayeb
Direção de Produção: Gabriel Fontes Paiva
Produção Executiva: Jessica Rodrigues e Victória Martinez
Produção Local Goiânia: F2 Produções Culturais
Direção de Produção: Gabriel Fontes Paiva
Produção Executiva: Jessica Rodrigues e Victória Martinez
Produção Local Goiânia: F2 Produções Culturais
Fotos: João Caldas
Críticas
“O calendário teatral de 2018 mal deu a largada e já é possível afirmar que o espetáculo Love, Love, Love terá presença garantida entre os melhores da temporada” (Veja SP)
“Uma dramaturgia ácida irresistível desafia o pensamento e sacode o lugar-comum” (Tânia Brandão)
“Débora se supera nas distintas composições da jovem Sandra e de Rose na adolescência e na fase adulta. O grande destaque, no entanto, é Yara de Novaes, capaz de transmitir diferentes sentimentos como Sandra e, apoiada em sutilezas, divertir e incomodar o público em um desempenho marcante” (Veja SP).
Críticas
“O calendário teatral de 2018 mal deu a largada e já é possível afirmar que o espetáculo Love, Love, Love terá presença garantida entre os melhores da temporada” (Veja SP)
“Uma dramaturgia ácida irresistível desafia o pensamento e sacode o lugar-comum” (Tânia Brandão)
“Débora se supera nas distintas composições da jovem Sandra e de Rose na adolescência e na fase adulta. O grande destaque, no entanto, é Yara de Novaes, capaz de transmitir diferentes sentimentos como Sandra e, apoiada em sutilezas, divertir e incomodar o público em um desempenho marcante” (Veja SP).
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