Campanha alerta para o câncer de testículo


Doença é mais comum entre 15 e 50 anos e possui 95% de chances de cura se diagnosticada precocemente

Caracterizado pelo crescimento anormal de células no testículo, o câncer de testículo corresponde a 5% dos tumores entre pessoas do sexo masculino, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).

A doença é considerada rara, mas possui maior incidência em pessoas com idade reprodutiva, dos 15 aos 50 anos.

A campanha Abril Lilás chama a atenção para essa doença, que possui um perfil agressivo, com uma rápida capacidade de evolução devido ao alto índice de duplicação das células tumorais. Além disso, segundo o médico oncologista clínico, Gabriel Felipe Santiago, o tumor pode ser confundido ou até mesmo mascarado por um processo inflamatório ou infeccioso envolvendo o testículo.

Gabriel Felipe Santiago

Entre os fatores de risco estão o histórico familiar da doença, infertilidade, história prévia em testículo contralateral e exposição a agrotóxicos. “Pessoas acometidas pela criptorquidia, condição em que um ou os dois testículos não descem para a bolsa escrotal, também apresentam maior risco para a doença. Nesse último caso, é importante o exame do pediatra na infância para verificar se ocorreu normalmente a descida dos testículos”, aconselha o médico.

Sintomas

A atenção ao corpo é muito importante para identificar os sinais do câncer de testículo, alerta o oncologista Gabriel. “O sinal mais comum é o surgimento de um nódulo duro na região, que na maioria das vezes não provoca dor. O aumento ou diminuição dos testículos também é um dos principais sintomas”, alerta.

“Além disso, dor abaixo do abdômen, sangue na urina, sensibilidade nos mamilos, perda da libido, crescimento de pelos faciais e corporais em pessoas muito jovens e dor lombar são alterações que podem indicar o tumor”, enumera Gabriel.

Diagnóstico e tratamento

O autoexame, que deve ser feito periodicamente a partir dos 20 anos, é essencial para identificar o câncer de testículo precocemente. “É muito importante apalpar o testículo e, a qualquer sinal de algum caroço, procurar um médico para a detecção precoce”, ressalta o médico.

O diagnóstico é feito por meio de exame clínico, realizado pela combinação entre exames de sangue e de imagem como a ultrassonografia e a ressonância magnética da bolsa escrotal. 

Alterações em marcadores como alfa-fetoproteína (AFP), beta HCG e lactato desidrogenase (LDH), identificados por exames de sangue, indicarão a presença do câncer. 

O tratamento é sempre cirúrgico, por meio de um processo conhecido como orquiectomia, em que é feita uma incisão na virilha para remover o testículo. Posteriormente, pode ser necessário um tratamento com quimioterapia ou radioterapia. “O câncer de testículo é mais raro e, muitas vezes, mesmo quando já está avançado, é possível conseguir cura porque é uma doença muito sensível à quimioterapia e radioterapia”, explica o oncologista.

Naiara Gonçalves
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