Previna-se contra o câncer de pele


Doença que atinge cerca de 185 mil pessoas por ano no Brasil tem alto percentual de cura se identificada precocemente

Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil registra todos os anos 185 mil novos casos de câncer de pele. O número, por si só, já é alarmante, mas chama ainda mais atenção quando é feita uma análise do quadro geral da doença no país: em cada três diagnósticos de câncer, um é de pele.

Esse tipo de tumor é formado por células que sofrem uma transformação e se multiplicam de maneira desordenada e anormal, dando origem a um novo tecido, ou seja, a neoplasia. “O câncer de pele pode ser classificado em dois tipos: o melanoma, que ocorre nos melanócitos, células produtoras de melanina, e é considerado o mais grave devido à alta possibilidade de metástase; e o não melanoma, originário das células basais ou nas escamosas, que é considerado de maior incidência e apresenta altos percentuais de cura quando detectado precocemente”, explica Nura R. Ayoub, dermatologista do Hospital HSANP.

A especialista pontua que, mesmo sendo o câncer com menor taxa de mortalidade, é preciso ter muito cuidado, conhecer os fatores de risco para evitar o desenvolvimento da doença e ficar atento a quaisquer mudanças na pele. “O câncer de pele é causado principalmente pela exposição contínua à radiação solar, mas também pode surgir devido a mudanças no DNA das células da pele. Ele aparece como se fosse uma pinta, eczema ou outra lesão benigna, então é importante conhecer bem a sua pele para saber identificá-lo”.

Fatores de risco

Sol: exposição prolongada ao sol, sem protetor solar, envelhece a pele e aumenta enormemente o risco de câncer no futuro;

Condições de pele: pessoas de pele clara, com sardas e de cabelos claros, são mais suscetíveis a desenvolver a doença, assim como aquelas que têm albinismo;

Histórico familiar: o câncer de pele é mais comum em pessoas com antecedentes familiares da doença. Cerca de 10% das pessoas com melanoma têm um histórico familiar da patologia. Portanto, o rastreamento com o dermatologista deve ser mais intenso;

Radioterapia: pessoas que fizeram tratamento com radioterapia têm mais chances de desenvolver esse tipo de câncer, principalmente as crianças;

Imunossuprimidos: transplantados que tomam drogas para evitar a rejeição correm maior risco de ter a neoplasia, que, nesses casos, cresce mais depressa e pode até ser fatal.

Prevenção

O filtro solar e o uso de chapéu são algumas das melhores armas para prevenir o câncer de pele. O cuidado deve ser redobrado com as crianças, porque a exposição exagerada ao sol é decisiva para o aparecimento de câncer de pele, sobretudo na meia-idade. Pessoas de alto risco (pele e olhos claros) precisam usar filtro solar no dia a dia também, principalmente no rosto e nos braços, em passeios, caminhadas, ao fazer exercícios ou compras ao ar livre. A recomendação vale também para aqueles dias de mormaço ou nublados.

Sinais para identificar a incidência da patologia

Qualquer pinta ou sinal que tenha crescimento, apresente coceira, sangramento frequente ou mude de cor, tamanho, consistência ou espessura;

Lesão rosada, avermelhada de crescimento lento, mas frequente;

Qualquer ferida que não cicatrize em 4 semanas;

Mancha de nascença que mude de cor, espessura ou tamanho.

“Para obter um diagnóstico preciso, é necessário realizar um exame clínico com o dermatologista e, em casos de lesões mais graves, a identificação é feita por meio da biópsia da pele ou retirada completa da lesão com o médico cirurgião. 
É importante detectar a doença nos estágios iniciais para impedir que o câncer migre para outros órgãos, bem como para controlar o tamanho da lesão na pele, evitando complicações cirúrgicas”, finaliza Nura R. Ayoub, dermatologista do Hospital HSANP.
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