Ela entrou em sala de aula pela primeira vez aos 90 anos e aprendeu a escrever o nome e soletrar palavras
Aos 90 anos de idade, dona Natália Teodolina abre um sorriso enorme ao dizer com muito orgulho que agora ela consegue assinar seu nome e soletrar algumas palavras. Baiana de nascença e canedense de coração, ela é uma das alunas do curso de “Alfabetização e Família”, um projeto do Governo de Goiás em parceria com a Prefeitura de Senador Canedo.
Dona Natália mora no município há mais de 50 anos e é muito conhecida na cidade pelos trabalhos como benzedeira, ela conta que sempre quis frequentar a sala de aula, mas foi impedida.
"Meu pai dizia que não ia colocar filha dele na escola porque não queria que a gente aprendesse a escrever para mandar carta para namoradinho. Na época, também morávamos muito longe da cidade", lembra.
Dona Natália disse que sempre teve vontade de aprender a escrever e somente em 2022 conseguiu realizar o sonho de ir para a sala de aula pela primeira vez.
"Eu já tinha tentado começar a estudar antes, mas não deu certo. Ano passado, a equipe da Semasc veio aqui e perguntou se eu queria. Foi uma felicidade grande", relata.
Após seis meses na sala de aula, sendo uma aluna exemplar e sem nenhuma falta, a dona Natália finalmente concluiu a primeira etapa do curso e hoje já consegue escrever e soletrar palavras e identificar números.
"Hoje eu sei assinar meu nome, escrever minha idade. Fui começando a soletrar, aprendendo a formar as palavras", comenta ela após pegar o caderno e mostrar as atividades realizadas durante o curso.
A formatura do primeiro módulo do curso está prevista para este mês de fevereiro e dona Natália quer continuar aprendendo.
"Eu quero continuar estudando e dando apoio para as minhas coleguinhas também fazerem", comenta ela, que aproveita ainda para agradecer ao prefeito Fernando Pellozo pelo apoio e incentivo.
“Prefeito, muito obrigada. Senador Canedo está linda, cada dia melhor, e eu estou orando por você”, finaliza.
Sobre o curso
O curso de “Alfabetização e Família” tem duração de 4 a 6 meses, com 6 horas de aula por semana. O curso é totalmente presencial e gratuito e inclui a entrega de livros didáticos e materiais escolares como caderno, dicionário, tesoura, cola, lápis de cor e lápis de escrever.
As turmas são reduzidas e compostas por cinco a dez alunos no máximo. A busca pelo curso pode ser feita nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e Núcleos de Assistência Social.
Informações por Géssica Veloso / Fotos: Xande Manso
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