Anápolis: Família quer respostas para morte de bebê na UPA Pediátrica


Renata da Silva Bezerra busca por respostas sobre a morte da filha, a pequena Maria Alice, de cinco meses, em Anápolis

A dona de casa Renata da Silva Bezerra, de 24 anos, disse que a filha deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) com Perfil Pediátrico, com febre e vômito, recebeu a receita de um antialérgico e foi liberada.

“Eu pedi pra ele [o médico] fazer um exame de raio-x e não foi feito. Pedi um exame na cabecinha dela e eles falaram que o hospital não tinha capacidade, nem equipamento para fazer. Eu pedi transferência e eles falaram que ela não ‘tava’ internada e que ela não tinha motivo nenhum ‘pra tá’ internada porque ela estava ótima, que ela tava mais saudável do que eu”, relatou a mãe.


Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que há suspeita de que o óbito pode ter sido causado por meningite, mas aguarda o resultado dos exames. Segundo a pasta, a UPA é gerida pela Fundação Universitária Evangélica (Funev).

A Fundação Universitária Evangélica (Funev) disse que lamenta a morte de Maria Alice, que ela recebeu atendimento imediato e que a equipe seguiu todos os protocolos. Segundo a Funev, a menina teve uma parada cardiorrespiratória e os profissionais tentaram reanimá-la por cerca de uma hora. Quando a menina teve a parada, ela já estava há mais de 8 horas na unidade, em box de estabilização (nota completa no fim da reportagem).

Renata contou que a filha deu entrada na UPA na manhã de sexta-feira, 14, mas voltou a passar mal, retornou à unidade à noite e morreu no sábado, 15. A declaração de óbito da menina detalhou que a causa da morte será esclarecida após necropsia. A ocorrência foi registrada na Polícia Civil, mas a delegada Kenia Segantini disse que o caso não havia chegado à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente até a tarde desta segunda-feira, 17.

A mãe disse que a filha tinha uma doença que causava bolhas na pele, mas ela ainda passava por exames para descobrir do que se tratava. Revoltada, a dona de casa pede justiça.

“Eu espero justiça e que os culpados paguem porque o médico viu a minha filha morrer, a médica veio com toda a paciência do mundo, pegou nela calminha e não me falou um ‘A’. Agora querem alegar que a menina está com uma doença. Por que não me falaram isso na hora que eu entrei? Já que deram conta de detectar depois de morta”, desabafou Renata.

Detalhes do quadro

A Funev detalhou que Maria Alice esteve na UPA na manhã do dia 14, com queixas de febre e vômitos, os médicos fizeram exames, a medicaram e a liberaram. Após piora dos sintomas, a família voltou à unidade à noite, a menina fez novos exames e ficou em observação. Na madrugada, Maria apresentou um rebaixamento de nível de consciência, e teve uma parada cardiorrespiratória, segundo a fundação.

Nota da Secretaria Municipal de Saúde

"A Secretaria Municipal de Saúde informa que foi notificada sobre uma suspeita de óbito causado por meningite e, no momento, aguarda o resultado dos exames que estão sendo realizados pelo Lacen. A criança foi atendida pela UPA Pediátrica, cuja gestão é de responsabilidade da FUNEV".

Nota da Funev

"Sobre a paciente Maria Alice, de apenas 5 meses, que veio a óbito nesta unidade na madrugada de sábado, 15 de abril, a Fundação Universitária Evangélica (FUNEV), gestora da UPA Perfil Pediátrico de Anápolis, informa:

Preliminarmente, a FUNEV e toda a sua equipe expressam seus mais sinceros sentimentos à família enlutada.

Informamos que a criança esteve na unidade na manhã do dia 14, com queixas de febre e vômitos, foram realizados exames, sendo medicada para os sintomas e liberada após reavaliação, com orientação para retornar em caso de piora dos sintomas. Retornou por volta das 22 horas e foi acolhida novamente, novos exames foram feitos, e permaneceu em observação na unidade. Durante a madrugada, apresentou um rebaixamento de nível de consciência, e teve uma parada cardiorrespiratória, os profissionais tentaram reanimá-la por cerca de uma hora mas, infelizmente, sem sucesso.

Ressaltamos que a criança recebeu atendimento imediato, todos os protocolos foram seguidos, e que no momento da parada cardiorrespiratória, a criança já se encontrava há mais de 8 horas na unidade, em Box de estabilização, devidamente assistida e monitorada.

A Fundação Universitária Evangélica entende que este é um momento de luto em comunidade e coloca-se à disposição para eventuais esclarecimentos".

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