Agosto Branco: Câncer de pulmão é o que mais mata em todo mundo


Número de fumantes no Brasil ainda é preocupante e tabagismo causa mais de 160 mil mortes por ano no País. Além do cigarro tradicional, novas formas de se consumir a droga se tornam cada vez mais populares entre jovens

Entra ano, sai ano e o assunto não muda, o tabagismo continua sendo uma das principais causas de morbidade e mortalidade em todo o mundo, contribuindo para o desenvolvimento de várias doenças graves, como câncer, doenças cardiovasculares e respiratórias. Apesar dos grandes avanços significativos no combate ao cigarro nas últimas décadas, com políticas de saúde pública e conscientização, novas maneiras de fumar surgiram e estas são tão prejudiciais quanto o modo mais tradicional.

A partir desta realidade, este mês é marcado pela campanha “Agosto Branco”, ação que busca a conscientização sobre os danos causados pelo consumo de cigarro e sua estreita relação com o surgimento do câncer de pulmão. No mundo, cerca de 2 milhões e 800 mil pessoas são acometidas pela doença, que de acordo com o oncologista clínico do Centro de Oncologia IHG, Gabriel Felipe Santiago (foto abaixo), em cerca de 85% dos casos diagnosticados, está diretamente associada ao uso de derivados de tabaco, que surge, a princípio, de maneira silenciosa.

Conforme estatísticas apresentadas pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), com exceção do câncer de pele não melanoma, o câncer de pulmão é o terceiro mais comum em homens e o quarto entre as mulheres no Brasil. Para se ter uma ideia do risco que o tabagismo apresenta, quem fuma tem em torno de 20 a 60 vezes mais chance de ter a doença que pode atingir, de maneira violenta, o pulmão.

Ainda segundo Gabriel Felipe Santiago, somado com a ação de fumar, a exposição passiva ao cigarro também é um importante fator de risco para o desenvolvimento da doença e é importante estar em alerta para os sinais. “Rouquidão, lesões na boca, dificuldade de respirar, tosse e perda de peso são alguns dos principais sintomas da patologia. É sempre importante, além de abandonar hábitos que corroboram para a enfermidade no sistema respiratório, realizar exames de rotina e abandonar o sedentarismo,” explica Gabriel Santiago.


Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2019), divulgados em 2021 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com o apoio do Ministério da Saúde, mostram que o número de fumantes teve uma queda de 51,1% para 46,6% dos entrevistados. Ainda que usado como exemplo por organizações internacionais em relação a políticas públicas para diminuição do consumo de cigarro, o Brasil apresenta um número preocupante. Por ano, 160 mil pessoas morrem em decorrência do tabagismo no País.

Diferentes formas de fumar

Os cigarros eletrônicos, também conhecidos como vapes ou dispositivos de vaporização, tornaram-se populares como uma possível alternativa aparentemente menos prejudicial ao fumo convencional. No entanto, estudos e pesquisas têm demonstrado que o uso de cigarros eletrônicos pode acarretar riscos significativos para a saúde pulmonar, incluindo o potencial surgimento de câncer de pulmão. Essas opções são amplamente usadas por jovens e, de acordo com o Inca, os dispositivos eletrônicos ou o também conhecido Narguile, não são opções seguras e possuem substâncias tóxicas além da nicotina. E vale lembrar que os chamados fumantes passivos também são afetados, uma vez que a fumaça do tabaco contém uma variedade de produtos químicos tóxicos e cancerígenos, que são liberados tanto pela ponta acesa do cigarro quanto pela fumaça exalada pelo fumante.

Por Naiara Gonçalves

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