Especialista reforça importância do diagnóstico precoce de câncer de pulmão


Especialistas alertam população sobre riscos do câncer mais letal do mundo


O câncer de pulmão é o terceiro mais comum entre homens (com mais de 18 mil novos casos em 2023) e o quarto entre mulheres (com mais de 14.500 novos casos) no Brasil, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Apenas para o ano de 2024, a estimativa é de que 32.560 novos casos sejam registrados. Em resposta a esses números, especialistas de todo o País reforçam a importância do diagnóstico precoce da doença.

Dividido em dois principais tipos, o câncer de pulmão pode ser nas pequenas células (que se origina das células pulmonares; nas vias respiratórias que se ramificam da traqueia; nos brônquios; ou nos pequenos sacos de ar do pulmão, os alvéolos) ou metastático (ou seja, que se propagou para o pulmão a partir de outras partes do corpo), e é causado, em 90% dos casos, pelo tabagismo.

Entre os principais sintomas da doença estão tosse, falta de ar, dor torácica, perda de peso, cansaço e presença de sangue no escarro, apesar de que o câncer pode ser assintomático a depender de sua localização, explica a oncologista clínica, Raymara de Castro (foto abaixo), médica da equipe do Centro de Oncologia IHG. “Outros fatores que podem ser indícios da doença são dor óssea, dores de cabeça, rouquidão, cansaço, fraqueza, pneumonia recorrente ou bronquite e mesmo uma alteração do ritmo habitual da tosse em fumantes”, aponta.


Segundo Raymara de Castro, pela grande ligação entre tabagismo e esse tipo de câncer, a prevenção mais importante e eficaz contra a doença é o combate ao tabagismo. Apesar disso, a existência de outras doenças pulmonares, histórico familiar de câncer de pulmão e idade mais avançada (entre os 50 e 70 anos, idade em que se encontram a maior parte dos pacientes diagnosticados) podem ser fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de pulmão.

Quando mais precoce o paciente inicia o tratamento, maiores são as chances de resultados positivos contra a doença”, explica Raymara de Castro, e detalha: “Nos primeiros estágios da doença, a taxa de cura de um paciente pode chegar a até 90%”. Por isso, é de fundamental importância que o diagnóstico também seja realizado o mais precocemente possível.

De acordo com a oncologista, com o avanço da tecnologia e dos métodos de exame, o diagnóstico de câncer de pulmão pode ser feito de diversas maneiras. O primeiro passo, geralmente, é a realização de um exame de rastreamento com tomografia computadorizada e de uma biópsia, para estudar os pulmões sem nenhum procedimento invasivo. Após isso, pode ser solicitado uma broncoscopia para examinar com maior cuidado as vias pulmonares. “Se o câncer realmente for diagnosticado, o profissional solicitará novos exames, mais úteis e precisos”, adiciona.

Sobre o tratamento da doença, Raymara de Castro afirma que o processo é multidisciplinar, com o apoio de uma equipe formada por oncologista, cirurgião torácico, fisioterapeuta, psicólogo, pneumologista, nutricionista e assistente social, com especificações para cada caso. Apesar de tratável, o câncer de pulmão é o mais letal do mundo, com tratamento mais dificultoso à medida em que os estágios da doença avançam. “Por isso, o diagnóstico precoce, ou o mais rápido possível, é essencial para que a cura seja alcançada”, afirma a médica.

Por Naiara Gonçalves
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